terça-feira, 3 de novembro de 2020

Ofélia - Horta - Açores - 2020

 Ofélia

Foi construída por Henri Wauquiez, modelo Gladiateur  33 pés ano 1979, número de série 137. O motor original Volvo foi trocado em 2002 pelo Motor Yanmar diesel 28hp.


domingo, 1 de setembro de 2013

A Xavelha Velha



Jamanta é uma Xavelha (barco de pesca tradicional de Camara de Lobos), construida em 1938 durante a guerra e originalmente nao tinha motor, já foi aos açores à vela. Foi construída pelo Sr. Gonçalves de Jesus. Jamanta será o barco mais velho a velejar nesta Ilha.



Fotos: Garajau Diving


O Alemao Rainer Waschkewitz, em 1980, abre a primeira empresa de Mergulho da Ilha  e encantado com Jamanta, compra a xavelha, salvando-o do risco de abate. Em 984 na capitania, surge a primeira Xavelha local auxiliar no Mergulho. Rainer parte para um restauro e a xavelha  ganha um ar mais sofisticado, com cabine,  acabamento em Mogno e um novo mastro. 



 
Fotos: Garajau Diving
Fotos: Garajau Diving

Com o Jamanta podemos mergulhar nos pontos considerados lendários, no Leste da Ilha, como por exemplo, nas 3 Marias em Machico, na Parede de Pedra em frente ao aeroporto, no Recife do Felix com grandes corais pretos que é rico em vida marinha e tem óptima visibilidade. 

Jamanta - Texto retirado dos arquivos do Garajau Diving



A empresa de Rainer cresce, oferecendo aos seus clientes embarcaçoes moderna. 



O Pescador Jose Rosa, com 40 anos de pesca, aproveita a oportunidade e compra a xavelha. Sr Rosa investe na fibra de vidro e a Xavelha Jamanta volta para casa,  como auxiliar na pesca de camara de lobos. Sr. Rosa se aposenta em 2013, colocando a venda a Xavelha Jamanta no cais de Machico.







Em 2011, dois estrangeiros encontram-se na Ilha da Madeira, juntos criam a primeira Oficina de Arte e Reciclagem da Ilha da Madeira e sonham com o restauro de uma xavelha Velha. Um com habilidades em carpintaria e o outro na arte de reciclar, encontram uma humilde Xavelha chamada Jamanta na baia de Machico e iniciam o maior pojeto da recém criada Oficina de Reciclagem. 








Jamanta apresenta sinais de um barco que sofreu diversas alterações e adaptações, na tentativa de sobreviver aos possíveis abates promovidos pelo governo, suprindo a necessidade dos seus senhores.







A Xavelha Jamanta hoje tem um novo objectivo, mostrar do que é feito uma Xavelha, que consegue resistir 75 anos no mar.
Jamanta foi levada para o estaleiro da Ilha da Madeira com a supervisão inicial do Mestre Jorge.













O JACTO DE ÁGUA E AS LAPAS NO CASCO









JAMANTA COMEÇA A PERDER 75 ANOS DE TINTA

 OBSERVA-SE O CASCO FEITO EM “TOLA”.



TOLA
Nome científico Gosweilerodendron Balsamiferum - Família Caesalpinaceae

A Tola é uma árvore muito alta, nativa da África Ocidental, que favorece a profundidade dos solos e a abundância de humidade. Pode chegar a atingir cerca de 60 m de altura e o tronco, de casca resinosa, pode medir entre 70-80 cm de diâmetro. As folhas são pinadas com seis a dez folíolos dispostos alternadamente e com 4-10 cm de comprimento. As flores são pequenas e brancas.

Tola no restauro do casco



AS BORDAS

Nos surpreenderam com a linda cor, elegância e majestade do Mogno. 



MOGNO
NOME CIENTÍFICO Swietenia macrophylla King. FAMÍLIA Meliaceae

O mogno corre sério risco de extinção. Um dos motivos é a extração de madeiraclandestina que causa também devastação da floresta amazônica.

A espécie é considerada altamente resistente ao ataque de fungos apodrecedores e boa resistência a insetos de madeiras secas, modaradamente resistente a cupins e baixa durabilidade em contato com o solo e umidade.
A madeira é moderadamente fácil de ser tratadas, é considerada de média facilidade de impregnação.
A madeira de MOGNO OU AGUANO, de aparência agradável, com mínima diferenças nas contrações lineares, é indicada para móveis de luxo, lambris, painéis, folhas decorativas, contraplacados especiais; em construção civil, como acabamentos internos, molduras, cordões, guarnições, venezianas, persianas, rodapés e, ainda, tábua para assoalhos de residências; decorações interiores de navios e embarcações; fabricação de instrumentos musicais, caixa de ressonância, modelos de fundição, esculturas, artigos de escritório, réguas de cálculo, esquadrias, entalhe, coronha de armas, laterais de escada, utensílios de cozinha etc. Devido ter sua durabilidade natural moderada e ser impermeável ao tratamento preservante, não deve ser empregada em contato com o solo ou outras condições favoráveis à deterioração biológica.

Partes em Mogno no restauro





AS FERRAGENS







O DECK

A fibra de vidro foi colocada de forma grosseira, causando infiltracao no convés, afetando a madeira do costado. A sua retirada foi imediata e como já nao era supresa o deck por baixo  já nao estava em boas condicoes. 




AS CAVERNAS

Com a retirada do deck, optamos por trocar toda a madeira que sofreu com humidade e a fibra de vidro. Nesta fase detectamos que 30% do madeiramento das  cavernas deveriam ser substituídas, mas resolvemos trocar todas e a nossa melhor opção foi Madeira de Acácia. 




Cavernas em restauro em Ácacia

ACÁCIA
Nome científico: Acacia melanoxylon R. Br. Família: Fabaceae (Leguminosae)

Em Portugal é chamada Acácia-da-austrália e tem carácter invasor, propagando-se por sementes. A época de floração é no início da Primavera (Março, Maio), apresentando a floração a cor creme. O fruto é uma vagem em forma de S. Não tem exigências quanto ao tipo de solo, mas prefere solos ácidos. Sofre em situações de seca. Encontrada isolada ou em grupo. Tem um crescimento rápido, sendo considerada uma árvore de médio porte — altura: 10 a 15 m — diâmetro: 7 m.

Curiosidade sobre a Acácia na construçao do templo

Conhecida como uma madeira muito dura à madeira de Acácia é uma árvore encontrada nos desertos do Sinai, e também nos desertos ao redor do Mar Morto. Além de ser uma madeira muito dura ela também é bem pesada, sendo uma madeira que oferece muita resistência contra os cupins, especial para o fabrico de móveis e construções de casas.

FECHANDO AS RANHURAS

Aqui a nossa opçao foi mais ecológica e a Serragem é reaproveitada com resina

Esta aplicação mais que tudo é de acabamento robustez maior para o casco. Com uma proporção de 60% serragem 40% sílica (conforme o manual) . Cada mistura incluía 50 + 20 ml de resina e endurecedor.

Massa caseira feita com serragem e resina



BANHO DE LINHAÇA

Na parte superior em Mogno, optamos nesta fase em usar o óleo de linhaça para uma impermeabilização e dar a madeira uma suavidade antes da pintura. A primeira camada foi sugada de imediato e a mistura foi feita dom diluente sintético para uma melhor absorção do óleo. 




Dentre as tantas funções a que serve o óleo de linhaça, você sabia que oóleo de linhaça pode ser utilizado notratamento da madeira? Ele funciona como um protetor, não tão brilhante quanto o verniz e não tão espesso quanto a cera, mas dando um acabamento sutil ao mesmo tempo em que protege. Ele é recomendado para a madeira de ambientes internos, como móveis, portas, janelas e pequenas peças. Mas usamos na parte exterior,  pois queremos que ao entrar em contato com o sol, possa escurecer o Mogno. Seu efeito é o de deixar a madeira mais quente, com seus veios acetinados e bem tratados. O óleo fornece impermeabilização, protegendo a madeira de manchas decorrentes de líquidos.

O TANQUE DE GASÓLEO

O tanque do Jamanta é de aço e bem grosso. Se a ideia é nao criar mais lixo, vamos lá tentar reaproveitar. 
Primeiro o barril foi lixado e levou uma mao de diluente. Finalmente usamos o bondex anti-corrosivo. Seria mais fácil usar um barril novo da Galp, mas para nossa surpresa...


Tantantan.... Olha o que encontramos....

 É para lá que vamos... 



AMIGOS  QUE PARTICIPARAM DESTA PRIMEIRA FASE



Gi e Vick

Eva7seas - Navegdora Solitária da Suécia
http://eva7seas.wordpress.com/


 Pintor Alemao Wolfgang Lass


Mergulhador Elgar Pinto


Guia da Natureza Nuno Abreu




Músico e Guitarrista Duarte Rodrigues

Estudantes Vick, Lana, Mariza, Afonso e Joao


Joao, Vick e Lana


Joao e Eva

XAVELHO - Sr Rosa Ex-proprietário da Jamanta 

Kevin Pimpson
















JAMANTA EM 05 DE DEZEMBRO DE 2013 


Resolvemos retirar Jamanta do Estaleiro de Caniçal por falta de proteçao contra o sol e a chuva.
O transporte foi muito complicado e gerou um custo inesperado, mas foi positivo ver Jamanta protegida,  pronta para receber um novo deck e tratamento no casco quase centenário. 





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